Tesouro Direto com juros semestrais: quando vale a pena escolher essa opção?

Você já pensou em receber uma parte dos rendimentos do seu investimento antes do vencimento do título? Essa possibilidade existe na plataforma do Tesouro Direto, mais precisamente nos títulos com pagamento de juros semestrais. 

Mas será que a opção se encaixa na sua estratégia de investimentos? Entender quando ela faz sentido e quais são os impactos que a alternativa oferece é essencial. Assim, você pode fazer escolhas mais conscientes e adequadas ao seu perfil. 

Neste artigo, você descobrirá quando os títulos do Tesouro Direto com juros semestrais valem a pena. Acompanhe a leitura e tire suas dúvidas! 

Como funciona o Tesouro Direto com pagamento de juros semestrais? 

Os títulos do Tesouro Direto com juros semestrais são aplicações nas quais o investidor recebe cupons de juros a cada seis meses. Em 2025, a dinâmica estava disponível para o Tesouro Prefixado e para o Tesouro IPCA+, desde que indicados como “com juros semestrais” na plataforma.  

Em ambas as alternativas, em vez de deixar todo o rendimento acumulado até o final da aplicação, você passa a receber parte dos lucros periodicamente. Desse modo, é criado um fluxo de caixa constante, com pagamentos que ocorrem em datas fixas, divulgadas pelo Tesouro Nacional. 

A lógica de rentabilidade segue o mesmo modelo dos títulos correspondentes:  

  • Tesouro Prefixado: os rendimentos vêm de uma taxa de juros fixa anual;  
  • Tesouro IPCA+: a renda combina a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com uma taxa pré-definida.  

Isso quer dizer que os cupons do Tesouro Prefixado são distribuídos conforme uma taxa fixa. Enquanto isso, o Tesouro IPCA+ com juros semestrais paga a taxa prefixada semestralmente somada à variação do IPCA no período. 

No caso desses títulos, o montante investido permanece até o vencimento ou resgate e somente os rendimentos periódicos são pagos antecipadamente.  

O que observar antes de investir no Tesouro Direto com juros semestrais? 

Embora a proposta pareça atrativa à primeira vista, o Tesouro Direto com juros semestrais não é vantajoso para todos os perfis. Entender se ele se encaixa na sua carteira demanda avaliar certos pontos críticos. 

Saiba quais são eles e como impactam seus investimentos

Incidência do Imposto de Renda 

Em 2025, o Imposto de Renda (IR) sobre os títulos com juros semestrais seguia a tabela regressiva, aplicada sobre o rendimento recebido. A alíquota começa em 22,5% para aplicações de até 180 dias e chega a 15% após dois anos do investimento. 

Como os cupons são pagos a cada seis meses, boa parte dos rendimentos é tributada pelas alíquotas mais altas. Isso acontece especialmente nos primeiros anos da aplicação, diferenciando a alternativa de um título sem pagamento periódico.  

Nele, a incidência do IR é somente no vencimento ou no resgate antecipado, quando o prazo pode já ter ultrapassado os 720 dias. Ao optar pelo Tesouro Direto com juros semestrais, é necessário considerar o efeito dessa tributação sobre o ganho final. 

Fluxo de caixa periódico 

Um dos principais atrativos do Tesouro Direto com juros semestrais é a criação de um fluxo de caixa previsível. Como você viu, a cada seis meses, o investidor recebe parte dos rendimentos, facilitando o planejamento financeiro e proporcionando tranquilidade para cobrir compromissos, por exemplo. 

A previsibilidade é ainda mais valorizada por quem já tem uma carteira consolidada e deseja iniciar a transição para viver com uma renda passiva regular. Para esses perfis, os cupons servem como um “teste controlado” para viver de rendimentos, sem abdicar da segurança oferecida pelos títulos públicos. 

Impacto dos recebimentos no acúmulo de juros compostos 

Ao receber parte do rendimento a cada semestre, perde-se o efeito do reinvestimento automático. Esse fator diminui o potencial de crescimento do montante alocado com base nos juros sobre juros. 

Nos títulos convencionais, os rendimentos permanecem investidos e geram ganhos adicionais ao longo do tempo. Já nas aplicações do Tesouro Direto com cupons semestrais, esse dinheiro é retirado da aplicação, reduzindo a base de cálculo dos juros. 

Logo, quando o objetivo é o crescimento patrimonial no longo prazo, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ — e outros investimentos — sem cupons tendem a ser mais eficazes. Afinal, eles contam com a ação contínua dos juros compostos

Em quais situações essa alternativa pode ser interessante? 

Os títulos do Tesouro Direto com juros semestrais costumam ser procurados por quem deseja receber rendimentos ao longo do tempo, sem precisar esperar o vencimento do título. A característica cria um fluxo de caixa periódico, como você aprendeu. 

Perfis que já estão em fase de usufruto do patrimônio costumam se beneficiar desse modelo. Esse é o caso de aposentados ou investidores em transição para a renda passiva, como visto.  

O motivo é que os cupons garantem o recebimento regular de uma parcela da rentabilidade, sem a necessidade de venda antecipada do título. 

Outro ponto que chama a atenção de investidores para essa alternativa é a previsibilidade. Para aqueles que a valorizam, o Tesouro Prefixado com juros semestrais oferece a previsibilidade do cálculo de cada pagamento, facilitando o controle do orçamento. 

E quando os títulos do Tesouro Direto com juros semestrais não são indicados? 

Esse modelo não costuma ser a melhor escolha para quem foca em acumular patrimônio no longo prazo, como mencionado. Como os rendimentos são pagos semestralmente, eles não permanecem aplicados no título. 

Com a consequente redução do efeito dos juros compostos, a rentabilidade total tende a ser menor do que a obtida em um título que acumula todo o rendimento até o vencimento. 

Portanto, antes de optar por essas alternativas, avalie se o recebimento periódico dos juros é adequado à sua estratégia atual. Se o seu foco estiver voltado para o crescimento do capital, vale considerar os títulos sem cupons. 

Neste conteúdo, você conheceu os títulos do Tesouro Direto com juros semestrais, uma opção que oferece pagamentos periódicos. Com as informações vistas, você já está apto para avaliar se essa é uma alternativa que se enquadra no seu perfil e nos seus objetivos ao investir. 

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