Operações compromissadas: o que é, como funciona e quais as vantagens?

Se você não aceita tomar risco no momento de investir, talvez seja pertinente buscar por aplicações de renda fixa. A previsibilidade em relação aos ganhos dessa classe de investimentos ajuda a projetar os seus resultados, avaliar os riscos, comparar opções e tomar decisões.

Porém, se você ainda não encontrou nenhuma alternativa que atenda aos seus interesses, vale saber que existe uma forma diferente de aplicar seus recursos. O processo é conhecido como operações compromissadas. Com elas, é possível elevar o nível de diversificação do seu portfólio, contribuindo para aumentar a sua proteção e resultados ao investir.

Ficou interessado nesse assunto? Então continue a leitura e saiba mais sobre as operações compromissadas: o que é esse conceito, como funciona e quais as suas vantagens.

Aproveite!

O que são as operações compromissadas?

Quando o assunto é renda fixa, você encontra uma grande gama de investimentos no mercado brasileiro. Entre as alternativas mais conhecidas estão os títulos do Tesouro Direto e os certificados de depósito bancário (CDBs).

Geralmente, o funcionamento desses investimentos é bastante semelhante. Ou seja, uma instituição financeira ou o Governo emite um título e o disponibiliza no mercado, visando levantar recursos para financiar uma determinada operação.

Quem o adquire empresta dinheiro ao seu emissor durante um prazo específico. Ao chegar na data de vencimento estipulada, o emissor da aplicação devolve os recursos emprestados somados a uma taxa de juros. O tipo do título pode determinar como os recursos serão utilizados.

Por sua vez, as operações compromissadas também visam o levantamento de recursos, no entanto, o seu funcionamento é diferente. Elas são negócios que estabelecem compromissos entre os seus participantes.

Logo, eles não são propriamente um título de dívida ou de crédito, mas um negócio que firma obrigações entre as partes envolvidas. No caso, uma instituição financeira realiza a venda de títulos que ela possui e que não foram necessariamente emitidos por ela, por exemplo.

Entretanto, essa venda é temporária, pois a parte vendedora se compromete a comprá-los de volta no futuro. Comumente, o preço da compra envolve o montante que foi pago somado a uma taxa de juros.

Como funciona esse tipo de operação?

Como você viu, o funcionamento de uma operação compromissada depende de duas partes: a instituição financeira (dona do título) e o investidor (interessado em comprá-lo).

Quando utilizados títulos de renda fixa, só podem ser objeto desse tipo de operação aqueles listados na Resolução CMN (Conselho Monetário Nacional) Bacen (Banco Central) n.º 3.339/06. Alguns exemplos são:

  • Títulos públicos;
  • CDBs;
  • LCIs eLCAs;
  • CRIs e CRAs (certificado de recebíveis imobiliários e do agronegócio);
  • LHs (letras hipotecárias);
  • Debêntures.

O compromisso de recompra pode ser estipulado para a mesma data de vencimento do título, para depois do vencimento ou no dia seguinte ao da venda — a compromissada over. A operação conta com duas fases: a ida (quando o título sai da carteira do vendedor) e a volta (quando ele retorna).

Em relação à rentabilidade, ela pode seguir a lógica prefixada, pós-fixada ou híbrida. Na primeira, estipula-se uma taxa de juros fixa. Na segunda, o retorno acompanha as variações de um índice financeiro. Por sua vez, a terceira combina as duas formas de remuneração anteriores.

As operações compromissadas podem ser classificadas em 5 principais tipos:

  • específica: o investidor conhece o título e a taxa da operação (prefixada);
  • dirigida: o investidor é informado sobre o título e é usada uma taxa pós-fixada;
  • genérica: o título é informado ao investidor somente após a negociação e a taxa é prefixada;
  • migração Selic/bolsa: a ida (venda) é feita no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) e a recompra (volta) se dá no balcão da B3 (a bolsa de valores brasileira);
  • migração bolsa/Selic: a ida acontece no balcão da B3 e a volta no Selic.

Quais são as vantagens dessas operações?

Depois de conferir os detalhes dos diferentes tipos de operações compromissadas, vale saber quais são as vantagens desse negócio. Para as instituições financeiras, esse tipo de operação é uma forma de levantar capital rapidamente, sem precisar passar pela burocracia de emitir um título.

Ademais, os juros presentes nessas negociações com pessoas físicas costumam ser menores do que pegar recursos emprestados com outras instituições.

Em relação ao investidor, as operações compromissadas permitem aumentar o nível de diversificação da carteira. Afinal, é possível encontrar negócios com as mais variadas taxas de juros, prazos e contrapartes (instituições financeiras ou o Bacen).

Logo, você tem mais chances de potencializar os seus resultados, enquanto ajuda a equilibrar os riscos e proteger a carteira.

Quais são as desvantagens das operações compromissadas

Por outro lado, no campo das desvantagens, as operações compromissadas não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Trata-se de uma garantia de ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF e por instituição, caso ela não consiga honrar o compromisso assumido.

Essa garantia também possui um limite global de R$ 1 milhão, renovável a cada 4 anos. Embora as operações compromissadas não sejam cobertas pelo FGC, elas possuem um título como garantia e trazem previsibilidade, então apresentam certo nível de segurança.

Isso faz com que as operações possam resultar em uma rentabilidade menor — especialmente se comparada a alternativas de renda variável.

Outra desvantagem é que eventuais benefícios fiscais aplicados nos títulos que lastreiam essas operações não são estendidos a elas. Por exemplo, mesmo que uma operação compromissada tenha lastro em uma LCI ou LCA, isentas de Imposto de Renda (IR), haverá a incidência do IR sobre o lucro obtido.

O que analisar antes de investir nessa alternativa?

Se, após conferir as vantagens e desvantagens das operações compromissadas, você se interessar pelo investimento, precisará saber o que analisar antes de investir. Assim como outras opções, a escolha deverá ser precedida de uma análise do seu perfil de investidor e objetivos.

Como você viu, esse tipo de operação apresenta um certo nível de segurança e pode atender a quem tem perfil conservador. Porém, nada impede de que um investidor moderado ou arrojado inclua essas operações em carteira para diminuir o risco do seu portfólio.

Sobre os objetivos, você aprendeu que as operações compromissadas podem atender a quem busca atingir metas financeiras de curto, médio ou longo prazo. Ou seja, basta escolher o tipo de operação que melhor se adeque aos seus interesses e necessidades.

Neste artigo, você conheceu o conceito e o funcionamento das operações compromissadas e poderá adicionar essas alternativas à sua carteira, se entender que elas fazem sentido. Nesse caso, não deixe de embasar as suas decisões no seu perfil e objetivos.

Precisa de ajuda para encontrar diferentes operações compromissadas no mercado? Entre em contato com um de nossos assessores!

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