O que é reduflação e qual o impacto nas suas finanças?

Quando se fala em mudanças de preços de bens e serviços e perda do poder de compra da população, é natural fazer uma associação direta com a inflação. Mas há outro conceito importante que vale a pena conhecer: a reduflação.
O termo surgiu a partir da junção de redução e inflação. Apesar de a palavra não ser tão popular no cotidiano das pessoas, ela representa uma prática comum — com diversos impactos nas suas finanças.
Quer entender mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura para saber o que é reduflação, como ela funciona e quais são os reflexos no seu orçamento!
O que é reduflação?
Para entender o conceito de reduflação, é preciso compreender como funciona a inflação. Ela representa o aumento constante e generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo de determinado período.
A inflação nem sempre é negativa para a economia, já que há chance de as elevações de preço indicarem que ela está aquecida e em crescimento. Contudo, quando não há equiparação do poder de compra e os acréscimos saem de controle, o cenário se torna problemático.
Quando esse contexto inflacionário se torna desafiador tanto para os consumidores quanto para as empresas, costuma ocorrer a reduflação. O fenômeno também é conhecido como inflação invisível ou disfarçada.
A reduflação existe quando os preços de determinados produtos se mantêm iguais ou com pouca variação. Porém, a quantidade oferecida nas embalagens, por exemplo, diminui. Para entender melhor, imagine o caso de um pacote de papéis higiênicos com rolos de 30 metros que custa R$ 20.
A reduflação existe quando o produto continua sendo vendido pelo mesmo preço, mas cada rolo passa a ter 26 metros. Então, apesar de pagar o mesmo preço de antes, o consumidor recebe menos do item.
A prática também é aplicada com pacotes que ficam mais leves e produtos que trocam os ingredientes por outros mais baratos.
Por que a reduflação acontece?
Geralmente, a reduflação é uma estratégia comercial que as empresas adotam em resposta às mudanças nos custos de produção. Por exemplo, se determinada matéria-prima fica mais cara, é natural que o preço do produto aumente para o consumidor final.
Entretanto, altas de preço muitas vezes afastam os compradores. Especialmente em cenários econômicos mais desafiadores, em que a inflação está elevada e o poder de compra diminui, é comum que eles repensem diversas escolhas ao fazer compras.
Desse modo, manter o preço é uma forma de mascarar os efeitos dessa dinâmica — daí a reduflação também ser chamada de inflação disfarçada. Por meio dela, as empresas buscam manter as vendas e preservar sua margem de lucro.
Vale a pena pontuar que a prática não é ilegal, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor. No entanto, a lei exige que as empresas deixem clara na embalagem a redução na quantidade ou as mudanças na composição dos produtos — mas muitas marcas optam por exibir a informação de maneira mais discreta.
Quais são os impactos nas suas finanças?
Assim como a inflação, a reduflação tem impactos no seu planejamento financeiro e na sua rotina de compras. O principal deles é que o seu poder aquisitivo diminui, muitas vezes, sem você perceber.
O risco existe porque é comum as embalagens dos produtos se manterem quase idênticas após as mudanças, como visto. Para ilustrar, é possível retomar o exemplo dos rolos de papel higiênico.
Nesse caso, não é usual os consumidores conferirem o tamanho de cada rolo antes de comprar. O mesmo acontece com um pacote de biscoitos que antes tinha 200 gramas e agora tem 180 gramas.
Como essas alterações tendem a passar despercebidas em um primeiro momento, muitos consumidores não veem que pagam mais caro pelo mesmo produto. A situação gera um impacto direto no planejamento financeiro.
Afinal, como os produtos se tornam menores, a tendência é que eles acabem mais rapidamente que antes. Consequentemente, a frequência de compra do consumidor costuma mudar, gerando um efeito cumulativo que encarece o seu padrão de vida.
Como minimizar os impactos da reduflação?
Apesar dos reflexos negativos que a mudança na relação preço vs. quantidade costuma causar no seu planejamento financeiro, há formas de minimizar os impactos da reduflação em seu orçamento.
Entenda quais são as principais boas práticas para adotar!
Faça comparações de produtos
A primeira estratégia para incluir na sua rotina é fazer comparações entre produtos similares. Em vez de olhar somente o preço, verifique as demais especificações para visualizar melhor a relação custo-benefício.
Por exemplo, determinado produto custa mais que outro que você normalmente compra, mas a quantidade ou o volume na embalagem são maiores. Isso significa que, na prática, existe a possibilidade de você não estar pagando mais, mas economizando.
Repense hábitos de consumo
Também é interessante repensar determinados hábitos de consumo. Se você notar que o seu poder de compra diminuiu, talvez essa seja uma oportunidade para avaliar itens que não fazem sentido adquirir ou buscar alternativas mais vantajosas.
Invista para proteger seu poder de compra
Investir o seu dinheiro é uma das principais maneiras de preservar o seu poder aquisitivo e buscar o aumento do seu patrimônio — especialmente no longo prazo. O motivo é que você coloca o seu dinheiro para trabalhar, em vez de ficar parado na sua conta corrente.
Os investimentos são capazes de gerar rendimentos constantes para você, evitando que seu poder de compra seja corroído pelos efeitos da inflação e da reduflação. Inclusive, há diversas alternativas no mercado de renda fixa que são atreladas a índices de inflação.
Esse é o caso do Tesouro IPCA+, cuja rentabilidade é indexada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com acréscimo de um percentual fixo e predeterminado. Vale saber que o IPCA é o índice oficial da inflação no Brasil.
Também há investimentos que acompanham taxas de juros, como a Selic — a taxa básica da economia brasileira. Outra forma de buscar preservar seu poder aquisitivo é ter ativos de renda variável.
Eles são mais arriscados, mas têm potencial de retorno maior. Em alguns casos, essas alternativas podem gerar renda passiva recorrente, como com dividendos — parcelas do lucro líquido de empresas ou fundos imobiliários.
Para começar a investir, considere o seu perfil de investidor — nível de tolerância ao risco e entendimento sobre o mercado — e seus objetivos.
Como você aprendeu, a reduflação é uma estratégia comercial que disfarça os efeitos das mudanças de preço. Como ela tem impactos no seu planejamento financeiro, aproveite para repensar seus hábitos de consumo e investir seu dinheiro para preservar o poder de compra.
O que achou deste conteúdo e do conceito de reduflação? Aproveite para compartilhar com seus contatos nas redes sociais para colaborar com a educação financeira deles!