Renda fixa ou variável: onde investir com a Selic em alta?

Depois de passar por sucessivos cortes, a taxa Selic alcançou, em 2020, o menor patamar da sua história ao atingir 2% ao ano. Porém, desde março de 2021, o movimento se tornou oposto e a taxa vem subindo. Isso fez muitos investidores se perguntarem se é melhor investir em renda fixa ou variável.

Nesse sentido, entender a relação entre a taxa básica de juros e os investimentos permite que você tome decisões mais acertadas no momento de investir. Em geral, o movimento de alta costuma ser uma vantagem para quem investe em renda fixa, mas é preciso se aprofundar sobre o assunto.

Quer saber onde investir com a Selic em alta? Neste artigo, você aprenderá se vale manter aportes em renda fixa ou variável. Acompanhe!

O que analisar antes de investir?

Quem investe majoritariamente em renda fixa ou em renda variável, normalmente, tem características e objetivos opostos. Por isso, entender o seu perfil é o primeiro passo para saber onde investir com a Selic em alta.

Afinal, investidores com perfil conservador buscam maior segurança nos investimentos porque têm mais aversão ao risco. Dessa forma, a renda fixa tende a ter mais alternativas que se alinhem às necessidades do investidor.

Por outro lado, investidores com perfis moderados e arrojados toleram melhor o risco, mas de forma estratégica. Assim, tendem a aproveitar mais as alternativas da renda variável. Contudo, isso não significa que eles não podem ter investimentos de renda fixa em sua carteira – a renda fixa pode complementar a carteira trazendo uma menor volatilidade, ainda que possua o perfil moderado ou agressivo.

Inclusive, essas aplicações podem ser bastante úteis para a diversificação do portfólio. Essa estratégia envolve aportar os recursos em diferentes classes de investimentos. Desse modo, é possível diluir os riscos e, até mesmo, melhorar as possibilidades de retorno.

Além do perfil, é importante considerar seus objetivos e os respectivos prazos antes de escolher onde investir. Normalmente, a renda variável é mais adequada para metas de longo prazo. Já a renda fixa costuma ter alternativas para períodos curtos, médios e longos.

O que acontece quando a Selic aumenta?

Quando a taxa Selic está alta, os investimentos de renda fixa costumam ser privilegiados. O motivo é que a rentabilidade das aplicações tende a seguir a movimentação da Selic — e, consequentemente, do CDI, que o acompanha. Dessa forma, é possível buscar alternativas mais atrativas.

Portanto, esse cenário oferece a possibilidade de encontrar rentabilidades mais interessantes, sem se expor aos riscos da renda variável. Além disso, aplicações atreladas ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tendem a proteger o poder de compra do investidor.

Vale mais investir em renda fixa ou variável com a Selic em alta?

Depois de entender mais sobre o assunto, vale analisar as escolhas que mais se alinham ao seu perfil e objetivos. Afinal, para você, vale investir em renda fixa ou variável com a Selic em alta?

A decisão de investimento depende, como você viu, da sua tolerância aos riscos, da sua estratégia de diversificação e dos seus objetivos — e os prazos relacionados a ele. Entretanto, para uma escolha mais embasada, é fundamental conhecer as possibilidades em cada uma das classes de investimento.

A seguir, você aprenderá mais sobre algumas dessas alternativas:

Renda fixa

Primeiro, vale conhecer as principais aplicações de renda fixa que podem se tornar mais atrativas em um contexto de alta da taxa Selic. Veja só:

Fundos indexados à inflação

Os fundos de inflação são alternativas com desempenho atrelado à inflação. Assim como outros fundos de investimento, os interessados devem adquirir cotas para participar desses fundos. Ademais, o portfólio do veículo de investimento é gerenciado por um gestor profissional.

Nesse sentido, vale saber que esse tipo de fundo prioriza investimentos de renda fixa indexados à inflação. Um exemplo de título utilizado na composição do portfólio é o Tesouro IPCA+, negociado na plataforma do Tesouro Direto.

Por essa característica, é comum que eles tenham como benchmark índices específicos, como o IMA-B (Índice de Mercado ANBIMA). Desse modo, o rendimento depende da variação inflacionária da economia e tende a acompanhá-la.

Tesouro IPCA+

Como você viu, o Tesouro IPCA+ é uma alternativa de investimento de renda fixa atrelada à inflação. Assim como os outros títulos do Tesouro, ele é considerado o investimento mais seguro do mercado. Como os títulos são emitidos pelo Governo, o risco de inadimplência é bastante reduzido.

Na prática, o Tesouro IPCA+ tem rentabilidade híbrida, formada pela soma do IPCA e de uma taxa fixa. Com isso, o dinheiro sempre terá um ganho real acima da inflação e ficará protegido das variações inflacionárias.

Quem investe nessa opção pode receber o total aportado acrescido da rentabilidade no momento do resgate. Outra possibilidade é receber juros semestrais. Nesse caso, no entanto, a rentabilidade final pode ser menor, pois o investimento aproveitará menos os efeitos dos juros compostos.

Debêntures

Outra opção de renda fixa para investir com a Selic alta são as debêntures. Elas são títulos de dívida emitidos por empresas públicas ou privadas. Portanto, quem investe nesses títulos está emprestando dinheiro para o fomento das empresas.

Assim, a companhia se compromete a devolver o capital investido acrescido dos juros acordados no vencimento da aplicação. Ainda, as debêntures podem ser tipo incentivadas. Nesse caso, as empresas captam recursos para a área de infraestrutura – nesse caso, para pessoas físicas, a alíquota de Imposto de Renda sobre o rendimento é zero.

Fundos de debêntures incentivadas

Quem não deseja investir diretamente em debêntures pode escolher um fundo de investimento com esse foco. Desse modo, eles investem majoritariamente em debêntures incentivadas e possibilitam aplicar seu dinheiro em diversos títulos de empresas.

Outra vantagem é a possibilidade de diversificação. Afinal, mesmo com um único aporte, você se expõe a um conjunto de debêntures incentivadas e recebe rentabilidade de vários títulos. Ainda, a aplicação inicial costuma ser mais baixa, facilitando o acesso aos pequenos investidores.

Renda variável

Na contramão da renda fixa, está a renda variável. Vale lembrar que essa classe de investimentos pode ser adequada para compor o portfólio de investidores com perfil moderado a arrojado — independentemente da movimentação da Selic.

Entre as alternativas dessa classe de investimentos, estão:

  • ações;
  • fundos imobiliários;
  • ETFs (exchange traded funds);
  • fundos de investimento;
  • entre outras.

No entanto, ao escolher investir em renda variável, não se esqueça de verificar se as alternativas estão alinhadas às suas estratégias e ao prazo do investimento. Assim, se torna mais fácil montar um portfólio mais sólido, diversificado e adequado para o seu perfil.

Agora você sabe que, com a Selic em alta, os investimentos em renda fixa tendem a ser beneficiados. Dessa forma, eles podem compor a sua carteira — se fizer sentido para sua estratégia — e ajudar a diversificar o seu portfólio.

Por fim, lembre-se de que a decisão de investimento é sempre particular de cada investidor. E, se você ainda tiver dúvidas na hora de escolher entre renda fixa ou variável para o seu portfólio neste cenário, vale contar com o suporte de uma assessoria de investimentos.

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