Mercado externo: como proteger os investimentos em um cenário de instabilidade?

Os investimentos não são afetados apenas por questões internas de um país, mas também por fatores políticos e econômicos do mercado externo. Por isso, mesmo quem não tem uma carteira global fica exposto aos riscos compartilhados por diferentes economias.


Diante de um cenário de instabilidade internacional, portanto, seus resultados podem ser comprometidos. Nesse contexto, entender como proteger a sua carteira de investimentos é fundamental para ampliar a segurança do seu patrimônio.


Neste artigo, você compreenderá como proteger o seu portfólio diante de um cenário de instabilidade no mercado externo.


Continue a leitura e confira!

Como o mercado externo se movimenta em um cenário de instabilidade?

Um cenário de instabilidade no mercado global está relacionado às variações na economia internacional. Logo, essa situação envolve oscilações que podem ocorrer em diversos setores e em todo o mundo.


Em um contexto de instabilidade internacional, é comum a volatilidade do mercado financeiro aumentar. Isso significa que as oscilações de preços se tornam mais intensas e ocorrem em intervalos mais curtos.


Esse processo é mais perceptível na renda variável, pois os ativos dessa classe são precificados conforme a lei de oferta e demanda. Apesar disso, as oscilações também podem afetar a renda fixa — especialmente quando há mudanças nas taxas de juros das economias.


Em geral, as movimentações do mercado externo estão relacionadas às incertezas econômicas, principalmente aquelas que ocorrem nos países desenvolvidos. Conflitos e tensões políticas entre nações também podem provocar o aumento das oscilações financeiras em todo o mundo.


Quando esse tipo de cenário ocorre, é comum haver a redução da oferta de produtos e serviços, afetando a cadeia de produção, importação e exportação mundial. Bloqueios e embargos também podem ter reflexos internacionais.


Se os processos resultarem em uma recessão mundial, há o encolhimento dos Produtos Internos Brutos (PIBs) dos países. Então muitas empresas passam a ter dificuldades para manter suas operações, o que pode resultar em um aumento no número de falências.


Consequentemente, a quantidade de desempregados também sobe. Já as companhias que conseguiram se manter em atividade nesse período podem ter seu faturamento impactado pelos problemas econômicos.

Como esse cenário afeta os investimentos?

Como você viu, as instabilidades políticas e econômicas tendem a aumentar a volatilidade e os riscos dos investimentos. Isso ocorre porque as economias mundiais são interligadas, já que é possível investir em outros países ou ter investidores estrangeiros no Brasil.


Para entender melhor, pense em um contexto em que ocorre a alta na taxa de juros dos Estados Unidos. Nesse caso, a tendência é que os investidores se interessem mais pelos títulos de renda fixa dos EUA, pois o país tem uma economia sólida e as aplicações são consideradas mais seguras.


Com o aumento dos juros, os títulos se tornam mais rentáveis e continuam oferecendo alta segurança. Portanto, os investidores estrangeiros tendem a retirar seus recursos de países emergentes — como o Brasil — e aportá-los nos EUA.


Isso diminui a oferta de dólar no Brasil e pode levar à queda na bolsa de valores, devido à saída dos investidores. Além disso, o desequilíbrio cambial pode resultar no aumento da inflação, o que também impacta os resultados dos investimentos.


Essa dinâmica se relaciona com a rentabilidade real e nominal. Se um investidor teve um ganho total de 10% na sua carteira, mas a inflação foi de 12% no período, significa que a rentabilidade real dele foi negativa.


Isso significa que houve perda do poder de compra no período e o patrimônio não obteve uma evolução verdadeira. Dessa forma, é essencial ter atenção a esses fatores diante de cenários de incerteza global.

Como o investidor pode proteger seus investimentos nessas situações?

Depois de aprender como o cenário de incerteza afeta seus investimentos, é hora de entender como proteger sua carteira. Nesse caso, uma das estratégias mais importantes é a diversificação.


Diversificar o portfólio significa alocar seus recursos em alternativas de investimentos com diferentes tipos de risco. Isso deve ser feito de maneira estratégica, considerando classes, modalidades, setores e níveis de riscos diversos.


Esse cuidado ajuda a evitar a falsa diversificação, que ocorre quando os investimentos da carteira estão expostos aos mesmos riscos. Por exemplo, suponha que você tenha títulos de renda fixa no portfólio com rentabilidades atreladas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e à Selic.


Como o CDI acompanha as variações da Selic, uma queda na taxa básica de juros resultaria em redução na rentabilidade de todos os investimentos. Por outro lado, se existem alternativas atreladas a condições de retornos diferentes, é possível equilibrar os riscos.


Embora não exista uma regra para todos os investidores, há alguns pontos sobre a diversificação que você deve saber. Confira quais são eles!

Classes de investimentos

Proteger a carteira em cenários de incertezas pode envolver o aproveitamento das particularidades de cada classe de investimentos. Logo, combinar as duas pode ser uma forma de diversificar o portfólio em diferentes graus de riscos.


A renda fixa garante previsibilidade de rentabilidade, pois os investidores conhecem a lógica de retorno com antecedência. No entanto, os ganhos são limitados nessa classe, conforme as condições acordadas.


Porém, em um momento de inflação alta, por exemplo, o Banco Central pode elevar a taxa Selic. Assim, se você tem investimentos pós-fixados na carteira, poderá se beneficiar desse movimento da taxa de juros.


Já em um contexto econômico favorável, os investidores que buscam potencializar o retorno podem se frustrar com a renda fixa. Nesse sentido, a renda variável, embora não apresente previsibilidade, pode proporcionar ganhos maiores.


Cabe ressaltar que você ainda pode diversificar a carteira dentro da mesma classe, buscando alternativas com características e setores diferentes. Se você já investe em ações, por exemplo, pode ser interessante adquirir papéis de empresas de portes e segmentos diversos.


Explorar outros mercados, como ao optar por investimentos com exposição ao dólar, também pode beneficiar a sua carteira em momentos de crise.

Prazos

A correta diversificação dos investimentos também deve considerar os prazos dos investimentos e as suas metas. Ao fazer a sua alocação, é preciso pensar nos seus objetivos de curto, médio e longo prazo.


Essa medida permite gerenciar o risco de liquidez, além de equilibrar a disponibilidade de recursos no curto prazo com o foco em horizontes maiores de investimento.


Agora você sabe que um cenário de incerteza no mercado externo pode ser bastante prejudicial para a sua carteira. Por isso, é preciso buscar estratégias para proteger a sua carteira e reduzir os impactos desse contexto, como ao fazer a correta diversificação dos recursos.


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