Joint venture: entenda o conceito e como funciona!
Com o avanço da internet e tecnologia, o universo empresarial está cada vez mais amplo. Hoje, muitas companhias conseguem vender seus produtos em diferentes países mesmo sem ter filiais neles. Basta ter um parceiro comercial que faça a distribuição ou entrega, por exemplo.
E, quando se fala em parceria, é comum se deparar com a expressão joint venture — mas você conhece o seu conceito? Caso você tenha uma empresa ou queira investir em companhias que usam essa estratégia, precisará aprender mais sobre ela.
Neste artigo você verá o conceito de joint venture, como ele funciona e por que vale a pena conhecê-lo. Boa leitura!
Qual é o conceito de joint venture?
A expressão inglesa joint venture pode ser traduzida como “empreendimento conjunto” ou “juntar riscos”. Ela representa um modelo estratégico de parceria comercial temporária entre duas ou mais empresas que têm objetivos em comum.
Essa aliança comercial entre organizações, que atuam no mesmo ramo ou não, pode ser operada de diferentes modos. Por exemplo, para fins industriais (produção), comerciais (venda), logísticos (distribuição e entrega), tecnológicos (compartilhamento de técnicas), entre outros.
Como você viu no início deste post, é comum o uso de joint venture para ampliar o mercado consumidor de multinacionais. Ou seja, em vez de a organização ter altos gastos com infraestrutura e transporte no país onde deseja expandir suas vendas, ela faz uma parceria comercial.
Um exemplo desse modelo era mantido pela BRF (Brasil Foods S.A) com a SFI (Singapore Food Industries) subsidiária da SATS (Singapore Airport Terminal Services). Na parceria, a BRF produzia e exportava proteína animal que era processada e distribuída pela SFI, em Singapura.
Quais são os tipos de joint venture?
Depois de conferir o conceito de joint venture, é necessário diferenciar os dois principais tipos existentes: a societária e a contratual.
Saiba mais sobre eles!
Societária
Na joint venture societária, a consolidação da parceria comercial é feita mediante a abertura de uma nova empresa que irá assumir uma identidade jurídica própria. Esse modelo costuma ser utilizado quando diversas organizações pretendem realizar um grande projeto em comum.
Nessa hipótese, cada companhia integrante da joint venture terá um percentual de participação na nova empresa criada. Isso permite que uma organização possa se retirar da sociedade sem prejuízo da atividade exercida, bastando vender a sua participação para as demais.
É importante mencionar que esse modelo não se confunde com uma fusão ou M&A (mergers and acquisitions). Isso porque cada empresa manterá os seus negócios e a sua individualidade, sendo apenas criada outra companhia para cuidar dos projetos e interesses em comum.
Contratual
Como o nome sugere, na joint venture contratual é feito um contrato entre as companhias com os termos e condições da parceria que será montada. Nessa modalidade não é criada outra empresa, sendo apenas firmada uma relação contratual entre participantes.
Seu uso é mais comum para a realização de uma transação comercial com objetivos específicos, normalmente menores e de curto prazo. Logo, em vez de criarem uma sociedade para cuidar do projeto, ambas trabalham em conjunto para alcançar seus planos.
Quais os objetivos por trás dessa estratégia?
Como você já deve ter notado, o objetivo por trás da formação de uma joint venture é unir os pontos fortes de diferentes empresas. Assim, maiores serão as probabilidades de sucesso de todas as envolvidas.
Por exemplo, imagine uma organização que tenha um bom produto, mas que seja negociado somente em uma região específica. Agora, suponha a existência de outra companhia que tenha lojas espalhadas pelo território nacional, mas não venda o produto produzido pela primeira.
Nesse caso, se ambas juntarem os seus pontos fortes, a primeira será beneficiada com a distribuição do seu produto em mais regiões. Já a segunda poderá aumentar o seu número de vendas ao disponibilizar um novo produto no seu catálogo. Então ambas serão beneficiadas.
Contudo, normalmente não se compartilham apenas os benefícios, pois empreender é uma atividade que envolve riscos. Logo, é comum as companhias também dividirem os riscos e eventuais prejuízos, caso a parceria não gere os resultados esperados.
Quais as vantagens e desvantagens da joint venture?
Após aprender objetivos de criar uma joint venture, é válido conhecer as vantagens e desvantagens da adoção desse modelo.
Uma das principais vantagens de considerar usar esse mecanismo é a economia gerada. Como você aprendeu, é comum os participantes dividirem os custos e riscos em uma joint venture. Logo, a redução de gastos tende a resultar em margens de lucro maiores quando os objetivos são atingidos.
Outra vantagem é o aumento de conhecimento. Quando duas ou mais empresas trabalham em conjunto, é normal compartilharem experiências. Assim, cada uma consegue aproveitar o conhecimento da outra — o que pode envolver formas de atuação, tecnologia, clientes, etc.
Já no campo das desvantagens destaca-se a possibilidade de haver conflito no momento de tomar decisões. Quanto mais pessoas ou empresas estiverem envolvidas em um projeto, maiores são as chances de surgirem ideias e opiniões diferentes — podendo gerar divergências entre elas.
Mais uma desvantagem é a possibilidade de se deparar com choque cultural — especialmente em joint ventures internacionais. Isso porque diferentes culturas podem contar com formas distintas de agir diante das mesmas situações, resultando em baixa cooperação ou integração de equipes.
Por que vale a pena conhecer esse conceito?
Ao chegar até aqui, é possível que você queira saber por que vale a pena conhecer o conceito de joint venture. Como foi visto, o tema tem certa complexidade, mas é importante para quem tem uma empresa ou pretende investir em ações.
Para o empresário, a joint venture é uma forma de estabelecer parcerias que podem contribuir para expandir seu negócio. Afinal, o processo permite criar produtos, acessar novos mercados, aprender outras tecnologias, internacionalizar suas vendas e muito mais.
Já em relação ao investidor, alocar capital em companhias que têm abertura para joint venture tende a aumentar o seu potencial de retorno. Afinal, ao reduzirem os seus custos em seus projetos de expansão, essas empresas potencializam os seus lucros.
Logo, as chances dessas empresas distribuírem os seus ganhos são maiores — embora não haja nenhuma garantia na renda variável.
Agora que você sabe o conceito de joint venture, poderá buscar por parcerias comerciais para o seu negócio ou investir em empresas que adotam essa estratégia. Porém, antes de decidir, avalie com cautela as vantagens e desvantagens do negócio e, se for preciso, busque por uma ajuda profissional qualificada.
Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? Entre em contato com a nossa equipe de assessores e saiba mais!