Cortes nas taxas de juros no Brasil: qual o impacto desses movimentos na bolsa de valores?

Acompanhar a taxa de juros no Brasil é fundamental para quem investe ou pretende investir no mercado nacional. Afinal, ela pode nortear as suas decisões de investimento tanto na renda fixa quanto na renda variável.

Portanto, esse é um conhecimento essencial para manter o equilíbrio da sua carteira de investimentos. De acordo com a flutuação da Selic, é possível determinar se é o momento de aumentar ou reduzir posições no mercado.

Quer entender por que isso acontece e qual o impacto do corte na taxa de juros no Brasil na B3 (a bolsa de valores brasileira)? Então acompanhe este conteúdo até o final!

Como está a taxa de juros atualmente?

A taxa Selic é conhecida como a taxa básica de juros da economia brasileira, sendo parâmetro para diversas operações financeiras. Ela é definida a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária), um órgão vinculado ao Bacen (Banco Central).

Quem acompanhou a economia brasileira durante e após o período da pandemia viu o país passar por mudanças significativas na sua taxa de juros. Após o início da crise sanitária de Covid-19 (em 2020), o Copom reduziu a Selic para um dos seus menores percentuais históricos — 2% ao ano.

A taxa foi mantida nesse patamar até março de 2021, quando o órgão decidiu dar início a um ciclo de alta, visando manter a inflação do país sob controle. Desse período até agosto de 2022, a Selic sofreu 12 aumentos consecutivos, alcançando a casa dos 13,75% ao ano.

Esse mesmo percentual foi mantido ao longo de 1 ano, até que, em agosto de 2023, o Copom votou pelo corte de 0,50 ponto percentual no indicador. Portanto, nessa definição, no período compreendido entre agosto e setembro de 2023, a taxa Selic estava em 13,25% ao ano.

Como a taxa de juros no Brasil influencia os investimentos?

Como você viu, uma das principais funções da Selic é controlar a inflação. Esse impacto acontece porque os juros representam o custo do dinheiro (crédito) no país. Quando os juros estão em baixa, as operações de empréstimos e financiamentos ficam mais acessíveis.

Esse movimento permite que empresas, pessoas físicas e até o Governo consigam acessar o crédito com maior facilidade. Por outro lado, quando os juros aumentam, as operações financeiras ficam mais caras, diminuindo a circulação de dinheiro e, consequentemente, o consumo.

Acontece que essas movimentações impactam os investimentos, especialmente as aplicações de renda fixa. Afinal, essas são alternativas que funcionam como os empréstimos, podendo ter a sua rentabilidade definida considerando as movimentações da Selic.

Logo, o fato de essa taxa estar em alta ou em baixa pode indicar como está a remuneração dos investimentos de renda fixa. Esse fator tende a ser determinante para o investidor direcionar o seu capital no mercado — seja para a renda fixa ou variável.

Qual o impacto do corte de juros na bolsa de valores?

Sabendo que a definição da Selic pode afetar o retorno de investimentos de renda fixa, é comum ter dúvidas sobre como o corte de juros impacta a bolsa de valores. Grande parte dos ativos e derivativos negociados na B3 são precificados com base na lei da oferta e demanda.

Essa dinâmica faz com que os investimentos negociados na bolsa de valores sejam mais arriscados, uma vez que não se sabe os resultados que podem ser obtidos. Nela, o preço de um ativo pode subir ou cair a depender do ânimo do mercado quanto à sua compra e venda.

Quando o Copom eleva a taxa de juros no Brasil, a rentabilidade de diversas alternativas de renda fixa aumenta. Assim, muitos investidores optam por se desfazer de seus ativos na bolsa de valores em busca de oportunidades com rentabilidade atrativa e menor risco na renda fixa.

Mas quando há cortes na taxa de juros, a tendência é que a remuneração na renda fixa seja reduzida. Diante de quedas no retorno dessas aplicações, é comum observar investidores voltando a direcionar o seu capital para a bolsa de valores.

O aumento da pressão de compra dos ativos na B3 tende a gerar valorizações e múltiplas oportunidades de ganhos. Portanto, sempre que há cortes na taxa básica de juros, é esperado que a bolsa de valores passe por momentos de valorização — embora eles não sejam garantidos.

Como investir melhor em um cenário de cortes nas taxas de juros?

Depois de ver como o corte dos juros pode impactar a bolsa de valores, falta descobrir como investir nesses cenários. Esse conhecimento era pertinente, por exemplo, diante das projeções de queda na Selic, presentes no Boletim Focus de setembro de 2023.

Nesse relatório, emitido pelo Bacen com expectativas sobre o mercado, a taxa Selic apresentava tendência de encerrar o ano em 11,75% a.a. Para 2024, a projeção era de que o indicador chegasse a 9,00% a.a. e 8,50% a.a., em 2025 e 2026.

Diante de um cenário como esse, pode ser o momento apropriado para procurar oportunidades de renda fixa com rentabilidade prefixada. Tenha em mente que, se as projeções de baixa se confirmarem nesses casos, você pode obter um retorno mais elevado (fixado durante a alta dos juros).

Por outro lado, esse também costuma ser um momento interessante para buscar ativos na bolsa de valores que estejam subvalorizados. Como os altos juros reduzem a demanda por alternativas presentes na B3, esses períodos podem trazer oportunidades de encontrar ativos com preços baixos.

Desse modo, você tem a possibilidade de se posicionar no mercado antes de ele entrar em um ciclo de alta. Caso o movimento seja confirmado, você poderá aproveitar toda a valorização da ocasião, potencializando os resultados da sua carteira.

Independentemente de qual for a sua decisão, é fundamental acompanhar a evolução dos juros e seus reflexos no mercado. Assim, você poderá rebalancear sua carteira conforme as mudanças da economia brasileira, sempre que for necessário.

Conclusão

Agora você sabe que a queda na taxa de juros no Brasil pode afetar a rentabilidade das aplicações de renda fixa e favorecer o investimento na bolsa de valores. Com esse conhecimento, fica mais fácil criar estratégias para proteger a sua carteira e aproveitar as oportunidades do período.

Quer aumentar ainda mais o nível de proteção do seu portfólio contra as variações dos juros brasileiros? Confira como investir no mercado externo!

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