Quais as diferenças entre ADR e BDR? Descubra!

Investir diretamente em empresas estrangeiras pode ser um processo complexo. Afinal, é preciso abrir conta em uma corretora que tenha sede nesse local e lidar com taxas de câmbio e transferência. Nesse contexto, certificados como ADR e BDR podem simplificar a tarefa.

Por isso, é fundamental entender quais as principais características de cada um desses dois conceitos. Assim, será possível compreender o papel que eles podem desempenhar em sua carteira de investimentos.

Quer entender o que são e quais as diferenças entre ADR e BDR? Então continue a leitura!

O que é ADR?

ADR é a sigla para american depositary receipts (ADRs). Eles consistem em certificados norte-americanos com lastro em ações de outros países. O objetivo é representar uma alternativa do mercado internacional para quem investe nas bolsas dos EUA.

Desse modo, os ADRs permitem que investidores dos Estados Unidos possam se expor ao mercado estrangeiro a partir de sua atual conta de investimentos. Logo, não é preciso abrir contas estrangeiras para realizar seus aportes.

Além disso, como estão nas bolsas de valores dos EUA, os investimentos em ADRs são feitos em dólar — independentemente da moeda do país onde o ativo está lastreado. Com isso, apresentam uma praticidade maior aos investidores, que não precisam realizar conversões.

Ademais, essa é uma alternativa positiva também para as empresas. Afinal, é importante destacar que as companhias precisariam estar listadas em uma bolsa dos Estados Unidos para que esses investidores conseguissem ter acesso a elas.

Mas, com os ADRs, basta que uma instituição depositária compre esses ativos e os disponibilize para o mercado norte-americano. Contudo, vale ter em mente que quem compra os american depositary receipts não está adquirindo os papéis propriamente ditos — apenas os certificados que eles representam.

O que é BDR?

Ao entender o que são os american depositary receipts, será possível compreender mais facilmente os BDRs. Os brazilian depositary receipts são certificados de depósitos brasileiros e, tal qual os ADRs, possibilitam uma exposição ao mercado internacional.

Com eles, os brasileiros podem se expor a investimentos internacionais de maneira simples e muito mais acessível. Via BDRs é possível se expor a ações, exchange traded funds (ETFs) listados fora do país e até mesmo a títulos de renda fixa de outros países, por exemplo.

Durante algum tempo, esses certificados estavam disponíveis apenas para investidores qualificados — que têm mais de R$ 1 milhão em investimentos ou são certificados para atuar no mercado financeiro. No entanto, desde 2020, os BDRs já podem ser adquiridos por todos.

Outro aspecto relevante sobre o funcionamento de BDRs está no seu tipo. Ele pode ser patrocinado ou não patrocinado. No primeiro cenário, a própria empresa estrangeira procura uma organização brasileira para dar início ao processo de emissão dos certificados.

Já no caso dos não patrocinados, a iniciativa parte da instituição depositária. De todo modo, em ambos os modelos haverá a compra desses ativos e a manutenção do investimento sob custódia para, posteriormente, ocorrer a emissão dos certificados.

Quais são as principais diferenças entre ADR e BDR?

Como você viu, os ADRs e BDRs apresentam algumas semelhanças em suas lógicas de funcionamento. Ou seja, ambos permitem a exposição ao mercado internacional a partir das bolsas do próprio país.

Desse modo, a diferença central está na nação e nas bolsas de valores em que os certificados são negociados. Enquanto o ADR se destina a investidores dos Estados Unidos, o BDR é uma alternativa para brasileiros.

Eles possibilitam, por exemplo, que norte-americanos adquiram ADRs de investimentos brasileiros e que brasileiros adquiram BDRs de ativos dos EUA. Cada um pode fazer as negociações na bolsa do próprio país. Logo, a negociação de BDRs acontece diretamente na bolsa brasileira, a B3.

Quais as vantagens desses investimentos?

O principal ponto positivo de ADRs ou BDRs, como você provavelmente percebeu, está em diversificar sua carteira com ativos internacionais. Desse modo, além de encontrar novas alternativas, será possível trazer uma maior robustez ao portfólio.

Para os investidores brasileiros, por exemplo, investir em BDRs de ações e ETFs dos EUA pode trazer resultados positivos. Com eles, será possível adquirir alternativas de uma economia sólida e, consequentemente, dolarizar seu patrimônio.

Desse modo, você pode proteger seu capital contra oscilações da bolsa brasileira. Afinal, é comum que ela e o dólar tenham uma correlação negativa. Ou seja, quando a bolsa está em queda, a moeda americana costuma se valorizar.

Para os investidores norte-americanos, os ADRs trazem também possibilidades de ampliação da carteira. Por meio desses certificados eles podem, por exemplo, aproveitar taxas de juros maiores em países emergentes, ter exposição a empresas europeias etc.

Cuidados

Em primeiro lugar, tanto BDRs quanto ADRs são de renda variável. Portanto, é preciso ter uma maior tolerância aos riscos para realizar esses investimentos.

Além disso, não existem garantias de retornos positivos. Caso a empresa na qual o BDRs está lastreado passe por uma fase desafiadora, por exemplo, os investidores daquele certificado também terão reflexos negativos.

Há, ainda, a oscilação do câmbio. Brasileiros ou norte-americanos que se expõem a outras moedas pelos certificados precisam estar atentos à relação cambial. Afinal, é possível ter ganhos ou perdas a depender da valorização ou desvalorização da moeda.

Quando investir em ADRs e BDRs?

Com essas características, os ADRs e os BDRs podem se apresentar como oportunidades interessantes para investidores. Para os brasileiros, os BDRs são alternativas mais coerentes e acessíveis em relação ao ADR. Mas, antes de realizar seus investimentos, é necessário entender qual o seu perfil.

Como ambos estão na renda variável, é essencial que exista uma maior tolerância a riscos durante esse processo. Por isso, eles são geralmente mais indicados para investidores moderados e arrojados.

Também é importante traçar objetivos e prazos. Assim, você terá uma maior clareza para escolher as alternativas mais vantajosas — pensando no curto, médio e longo prazo. Por fim, a diversificação dos certificados escolhidos para sua carteira é uma estratégia que ajuda a diluir riscos.

Como vimos, o ADR e o BDR são dois certificados com características similares. No entanto, existem distinções significativas entre as duas modalidades. Por isso, é preciso conhecê-las para entender como elas podem se adequar ao seu portfólio!

Quer conhecer mais sobre as alternativas de investimento para a sua carteira? Entre em contato com um de nossos assessores!

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