Novo cenário de juros internacionais: entenda os impactos na bolsa brasileira

O panorama dos juros internacionais passou por mudanças significativas nos últimos anos, demandando a atenção de quem investe. Isso porque essa movimentação molda o comportamento dos mercados globais e afeta economias emergentes, como o Brasil.
As decisões do Fed (Federal Reserve) — o banco central dos Estados Unidos — em relação aos juros naquele país geram implicações para o câmbio e a política monetária nacional. O movimento tem o potencial de influenciar os ativos negociados na B3 (a bolsa de valores brasileira).
Portanto, prossiga com a leitura deste artigo, preparado pelo time da Conexão BR, para entender o novo cenário de juros internacionais e como eles impactam a bolsa brasileira!
Qual é o cenário atual dos juros internacionais?
Desde a pandemia, muitos países passaram a adotar políticas monetárias contracionistas para enfrentar a inflação. Nos EUA, o ciclo de aumento dos juros teve início em 2022, quando eles saíram de 0,25% a.a. (ao ano) até chegar ao pico de 5,5% a.a. em julho de 2023.
A estratégia foi mantida até setembro de 2024, quando o Fed começou a realizar cortes graduais. No final daquele ano, o indicador chegou ao intervalo de 4,25% e 4,50%, sendo mantido nesse patamar pelo primeiro trimestre de 2025.
Apesar de o mercado esperar novos cortes no ano, Jerome Powell — o presidente do Fed — disse não ter pressa em diminuir os juros. Mesmo que a inflação dos EUA tenha caído para 2,4% na ocasião, segundo ele, ainda há um longo caminho para atingir a meta de 2%.
Isso porque a economia do país está sujeita a riscos e incertezas devido às medidas adotadas pelo Governo de Donald Trump. As tarifas de importação impostas contra aliados e a deportação de imigrantes, que formam grande parte da força de trabalho, podem intensificar a inflação do país.
Com isso, muitos analistas projetam que o Fed pode reduzir os juros em mais 0,25 p.p. (ponto percentual) até junho de 2025. Contudo, não são estimados novos cortes até o final do ano, sendo esperado que o indicador encerre o período entre 4,00% e 4,25%.
Como as políticas dos EUA afetam economias emergentes?
Depois de ver o panorama das taxas de juros estadunidenses, é pertinente entender como as políticas dos EUA afetam economias emergentes. O primeiro ponto a ter em mente é que os Estados Unidos são a maior potência econômica mundial.
Nesse sentido, quando o Fed aumenta os juros, o rendimento dos treasuries (títulos públicos) americanos sobe, tornando-os mais atraentes para investidores globais. Esse fator pode levar a uma saída de capitais de mercados emergentes em busca de maior segurança e rentabilidade nos EUA.
Já a queda dos juros americanos tende a beneficiar os países em desenvolvimento. Afinal, nesse cenário, é comum que os investidores busquem oportunidades mais rentáveis em economias em desenvolvimento, mesmo que ofereçam um risco maior.
Além disso, diferentes commodities — a exemplo de petróleo, café, soja, minério de ferro, entre outras — são precificadas em dólar. Como muitos países emergentes são exportadores desses produtos, a sua economia fica atrelada às variações da moeda norte-americana.
No mesmo sentido, tarifas e políticas comerciais norte-americanas podem afetar diretamente as exportações de economias em desenvolvimento. Por exemplo, o aumento de impostos para determinados produtos tende a diminuir a exportação para os EUA.
Essa dinâmica tem o potencial de reduzir a atividade econômica do país, gerar desemprego e deteriorar a sua balança comercial. Logo, os bancos centrais de países emergentes costumam acompanhar esses fatores para organizarem as suas políticas monetárias, afetando os juros internacionais.
Quais os impactos dos juros internacionais no mercado brasileiro?
Em geral, as movimentações dos juros internacionais geram reflexos no câmbio, na taxa Selic e, por consequência, na bolsa de valores brasileira.
Nesse sentido, é válido explorar melhor como isso pode acontecer em cada um deles!
Câmbio
Você viu que alterações na política monetária dos EUA podem influenciar o valor do dólar. A moeda mais fraca costuma aliviar a pressão sobre os preços internos e reduzir os custos de importação, mas pode diminuir a competitividade e a rentabilidade das exportações.
Já um dólar forte eleva o custo de produtos importados, pressionando a inflação no Brasil, ao passo que eleva as receitas de companhias exportadoras brasileiras. A mudança de expectativas de retorno dessas empresas traz variações em seu valuation e no preço de suas ações.
Taxa Selic
Como você viu, a elevação dos juros estadunidenses torna seus treasuries mais atrativos. Para que os títulos públicos nacionais sejam competitivos, um dos caminhos para o Bacen (Banco Central do Brasil) é a elevação da Selic — a taxa básica de juros brasileira. Mas ela depende de uma análise do cenário local.
O movimento contrário pode acontecer quando os juros nos EUA caem, abrindo espaço para a redução da Selic. Contudo, também pode surgir a necessidade de o Bacen elevar ou reduzir a taxa básica de juros para controlar a inflação, que sofre influências da entrada e saída de dólares do país.
Bolsa de valores
Em cenários de queda nos juros dos EUA, a B3 costuma se tornar mais atrativa, especialmente para investidores institucionais e estrangeiros. Isso porque o mercado nacional se torna mais acessível e com oportunidades na renda fixa e variável.
Vale dizer que, quando os juros caem, muitos investidores resgatam suas aplicações de renda fixa e alocam seu capital em ativos de renda variável. O movimento tende a gerar altas na B3 e a chance de lucrar com a valorização de alternativas como ações, FIIs (fundos imobiliários), entre outros.
Por outro lado, diante de um aumento nos juros, é normal observar o movimento oposto. Ou seja, muitos investidores migram o seu capital da renda variável para a renda fixa, o que pode ocasionar baixas na bolsa de valores brasileira.
Como se proteger nesse cenário?
Diante de um cenário econômico dinâmico e incerto, contar com o suporte de uma assessoria de investimentos se torna fundamental. Afinal, ela tem a expertise necessária para ajudar você a construir uma carteira diversificada e resiliente.
Ao contar com esse serviço, você tem possibilidades como:
- adequar a alocação de ativos ao perfil e objetivos do investidor;
- aproveitar oportunidades em diferentes classes de ativos;
- reduzir riscos em momentos de volatilidade elevada.
Além disso, o time de uma assessoria está sempre atualizado quanto às movimentações dos juros nacionais e internacionais. Assim, ele tem a capacidade de apresentar as estratégias que mais fazem sentido considerando o cenário global, o que aumenta as suas chances de sucesso no mercado.
Neste artigo, você conferiu que os juros internacionais passam por um momento de incertezas em 2025. Portanto, o investidor precisa ficar atento, uma vez que a alta ou baixa das taxas nos EUA podem afetar os seus investimentos de renda fixa e variável, demandando ajustes na carteira.
Quer proteger o seu patrimônio com o suporte de uma assessoria qualificada? Entre em contato com a Conexão BR!