Fundos quantitativos: o que são e como investir?
Investir em fundos de investimento é uma forma de terceirizar parte das suas decisões no mercado financeiro. Isso porque, nesses fundos, um gestor profissional fica responsável pela montagem de um portfólio único, que vale para todos aqueles que se tornarem cotistas.
Porém, nos fundos quantitativos, em vez de as escolhas serem feitas por um gestor, elas ocorrem a partir do uso de uma inteligência artificial. Assim, vale a pena conhecer mais sobre as características, vantagens e desvantagens dessa alternativa.
Tem interesse no assunto? Então continue a leitura para saber mais sobre o que são, como funcionam e como investir em fundos quantitativos.
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O que é um fundo de investimento?
Como você viu, os fundos de investimento são modalidades de investimento coletivo. Eles reúnem o capital de diferentes investidores que possuem interesses e objetivos em comum. O seu funcionamento é semelhante ao de um condomínio tradicional.
Isso porque, de um lado, encontram-se os cotistas (condôminos) e, do outro, o gestor (síndico). Aos cotistas recaem os tributos e taxas de administração e de performance — se estiverem previstas. Por sua vez, ao gestor recairá a gestão do capital que forma o patrimônio do fundo.
Os ganhos em fundos de investimento normalmente ocorrem com a valorização das cotas. Entretanto, existem fundos que realizam a distribuição de lucros em forma de dividendos, a exemplo dos fundos imobiliários (FIIs).
Ademais, é possível encontrar fundos de renda fixa e de renda variável. Logo, a depender das estratégias adotadas, os riscos podem ser maiores ou menores. Por fim, saiba que alguns fundos são negociados nas plataformas de corretoras de valores, enquanto outros estão na bolsa de valores.
O que são fundos quantitativos e como funcionam?
O primeiro ponto a ser destacado sobre os fundos quantitativos é que eles não são uma classificação específica de fundo, mas um modelo de gestão. Nesse sentido, ele pode ser adotado em qualquer tipo de fundo, embora sejam mais comuns em fundos de ações e multimercados.
Como você viu, os fundos são geridos por um profissional do mercado, que fica responsável pela montagem do portfólio desses veículos. Para tomar uma decisão, o gestor poderá adotar diferentes estratégias, além de seguir as diretrizes estabelecidas para o fundo.
O processo de avaliação para alocação, portanto, pode envolver conhecimentos de análise gráfica e fundamentalista por parte do gestor, avaliação de indicadores técnicos, leitura de fatores macro e microeconômicos, cenário do mercado nacional e internacional etc.
No entanto, a proposta de um fundo quantitativo é diferente. Nele, as decisões sobre investimentos são tomadas com base nas avaliações feitas por um algoritmo. Ou seja, as decisões não serão tomadas exclusivamente pelo gestor, mas sim com suporte do uso da tecnologia.
Dessa maneira, a composição da carteira do fundo se dá partir de análises matemáticas, estatísticas, projeções, históricos e muito mais. A quantidade de informações avaliadas pela inteligência artificial, nesse caso, é muito superior àquela que uma pessoa conseguiria analisar.
Logo, um fundo quantitativo pode apresentar oportunidades que, possivelmente, passariam despercebidas pelos olhos humanos. Além disso, esse tipo de gestão elimina o fator emocional, uma vez que os critérios de escolha são objetivos e embasados em padrões predefinidos.
Ademais, esse modelo não elimina por completo a atuação do gestor. Afinal, ele e sua equipe serão responsáveis por contribuir com a criação das regras de operação, pré-condições que serão exploradas, na realização dos testes e na supervisão do funcionamento do algoritmo.
Quais as vantagens e desvantagens de investir nesses fundos?
Após conhecer o que são e como funcionam os fundos quantitativos, é válido conferir quais são as suas vantagens e desvantagens. Veja!
Vantagens
Uma das vantagens mais marcantes desses fundos é a eficiência no que diz respeito à análise dos dados de mercado. Como são utilizados algoritmos e inteligência artificial — como machine learning e deep learning —, é possível processar um grande volume de informações rapidamente.
Afinal, como você viu, mesmo um gestor experiente não conseguiria avaliar, absorver e tomar decisões com uma quantidade de dados tão ampla em pouco tempo. Além disso, a retirada do fator emocional contribui para que as decisões sejam pautadas em fatores objetivos — mesmo diante de riscos ou alta volatilidade.
O medo de tomar uma decisão equivocada pode fazer com que um gestor hesite em montar ou desmontar uma posição em um momento específico. Esse não será um problema para o algoritmo do fundo quantitativo, que tomará a decisão com base na leitura dos padrões programados.
Desvantagens
Em relação às desvantagens, é importante destacar que o uso de algoritmos tende a desprezar a realização de uma análise qualitativa dos ativos e derivativos operados. Ou seja, ele pautará as suas decisões em um viés comportamental puramente objetivo.
Nesse sentido, questões macroeconômicas — como tensões políticas, guerras e situações que costumam gerar mudanças abruptas no mercado não costumam ser consideradas. Assim, o fundo poderá assumir ou desfazer posições em momentos delicados — o que pode elevar os riscos.
Outro ponto negativo costuma estar relacionado às taxas de administração cobradas. Devido à necessidade de manutenção das tecnologias e programações em funcionamento, fundos desse tipo precisam dispor de uma equipe de TI (tecnologia da informação) mais robusta. Logo, os seus custos tendem a ser maiores.
Como investir em fundos quantitativos?
Se você se interessou pelo investimento em fundos quantitativos, vale a pena entender como se expor a ele. O passo inicial será analisar o seu perfil de investidor e os seus objetivos no mercado. Como você viu, esse é um investimento que possui riscos que não podem ser negligenciados.
Na sequência, é importante avaliar as estratégias de investimento adotadas pelo fundo de seu interesse. Nesse contexto, você precisará analisar os parâmetros que embasam a atuação do algoritmo, o que pode ser conferido no prospecto do fundo — um documento que reúne as principais informações a seu respeito.
Também será necessário verificar as características do fundo almejado. Isso significa conferir as taxas cobradas, eventuais prazos e carências, o valor mínimo de investimento, a liquidez, seu histórico, entre outros dados.
Por fim, será preciso abrir uma conta de investimentos junto a uma corretora de valores que forneça o acesso ao fundo quantitativo de seu interesse. Logo, busque uma instituição que forneça um amplo leque de alternativas de investimento e suporte completo ao investidor.
Depois de aprender o que são os fundos quantitativos e como eles funcionam, caberá a você decidir se vale a pena fazer o investimento. Para isso, não se esqueça de considerar o seu perfil de investidor e objetivos, a fim de fazer as escolhas mais acertadas e que atendam às suas expectativas.
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