Curva de juros nos EUA: você sabe como ela afeta seus investimentos?

curva de juros

As taxas de juros e o comportamento geral de uma economia são fatores relevantes para os investidores. Afinal, elas influenciam todo o mercado financeiro. Dessa forma, conhecer conceitos como a curva de juros pode trazer mais perspectivas para seus aportes.

Nesse contexto, economias influentes mundialmente, como os Estados Unidos, causam reflexos para investimentos em outros países. Portanto, quem faz aportes no Brasil também deve entender como funcionam os juros dos EUA e como eles podem influenciar nosso país.

Quer aprender o que é curva de juros e como países estrangeiros influenciam seus investimentos? Então confira a seguir!

O que é a curva de juros?

A curva de juros é um conceito econômico com reflexos práticos na vida de praticamente toda a população. Ela diz respeito a uma representação em forma de gráfico da evolução da taxa de juros básica em um país.

Ela tem esse nome porque, como há uma variação periódica dos juros, a linha representativa dos resultados forma uma curva. O gráfico da curva de juros pode se dar tanto em resultados passados como projeções e expectativas para o futuro.

curva de juros o que é

Essas projeções para o futuro são realizadas com base em dados dos bancos centrais e de instituições financeiras. Além disso, a inflação também tem relevância nessa questão, tendo em vista que a taxa de juros costuma ser utilizada como uma forma de controlar o aumento de preços em uma economia.

A relação entre inflação e juros, portanto, é bastante importante. Afinal, são esses os principais dados para obter a curva de juros de uma nação. Se a inflação está muito alta, a tendência é que os juros também cresçam. O objetivo é diminuir a demanda por crédito e o consumo, reduzindo a inflação.

Em outros cenários, quando a inflação está baixa e a economia apresenta estagnação, os juros podem cair. A ideia, nesse caso, é potencializar as operações de crédito, aumentar o consumo e fomentar o mercado nacional.

No Brasil, a taxa básica de juros é a Selic. Ela está relacionada a muitos investimentos de renda fixa e também é usada para buscar o controle da inflação. Logo, essa taxa — definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central — influencia toda a economia nacional.

Como funciona a curva nos Estados Unidos?

Os Estados Unidos têm a maior economia mundial. Portanto, o controle do país sobre as taxas de juros influencia todas as nações do mundo. E, assim como outros países, os EUA utilizam a taxa de juros como uma forma de equilibrar a inflação e a captação de recursos.

Nesse país, quem define a taxa básica de juros é o Federal Reserve (Fed), que funciona como um Banco Central norte-americano. O Fed tem um comitê chamado de FOMC (Federal Open Market Committee), responsável por definir a política monetária dos EUA.

Entre as responsabilidades do FOMC está a definição da taxa básica de juros norte-americana. Isso acontece por meio de reuniões que ocorrem oito vezes ao ano, pelo menos. Desse modo, seus 12 membros definem as questões relativas aos juros.

Os membros do comitê estão separados da seguinte forma:

  • 1 presidente do Federal Reserve Bank de Nova Iorque;
  • 4 membros escolhidos entre os presidentes dos Reserve Banks;
  • 7 membros do Conselho de Governadores do Fed.

A ideia é que os membros do FOMC definam os juros que serão utilizados como remuneração dos títulos públicos dos EUA, além de balizar as linhas de crédito no país.

Qual é a situação da curva de juros norte-americana hoje?

Como você deve ter percebido compreender qual é a situação atual da curva de juros dos Estados Unidos é um aspecto importante, dada a relevância da economia desse país. Para isso, vale a pena conhecer um pouco mais da história recente da economia norte-americana.

Em 2008, ocorreu uma grave crise do setor financeiro dos EUA —a crise dos subprimes —, que desencadeou um programa para reaquecer a economia. Entre as medidas utilizadas à época, uma das principais foi a redução da taxa de juros para o patamar de 0%.

O objetivo foi facilitar a aquisição de crédito pelos cidadãos e instituições — aumentando o consumo e a produção de bens e serviços.

A taxa de juros do país só começou a subir novamente em 2017. Em 2018, ela chegou ao patamar de 2,25%, inclinando a curva de juros para cima. Em 2022, ocorreu a primeira alta após 2018, principalmente devido aos efeitos da pandemia de covid-19 na economia.

Como a inflação nos Estados Unidos bateu recordes durante esse período, o Fed declarou a elevação da taxa — e sinalizou uma expectativa de novas altas para o futuro. A expectativa é que os juros norte-americanos superem os 3% ao ano em 2023.

Como ela pode impactar seus investimentos?

Como vimos, a curva de juros dos Estados Unidos afeta investidores de todo o mundo. Isso ocorre, principalmente, porque os títulos públicos do país passam a ser mais atrativos para os investidores. Desse modo, é possível que haja saída de investimentos do Brasil para os EUA, por exemplo.

Assim, a oferta de dólares no mercado nacional diminui, causando efeitos negativos em nosso país. Para entender como esse movimento acontece, considere que os EUA emitem títulos públicos com garantia do Tesouro Nacional — como acontece no Brasil, com o Tesouro Direto.

Nesse contexto, os títulos públicos pós-fixados norte-americanos têm uma rentabilidade atrelada à taxa básica de juros do país. Logo, quando essa taxa sobe, a rentabilidade dos títulos também aumenta, despertando o interesse de diversos investidores.

Considerando que a taxa de juros dos Estados Unidos costuma se manter em patamares baixos, muitos norte-americanos buscam investimentos mais rentáveis em países em desenvolvimento. Assim, eles se expõem a riscos maiores em busca de mais ganhos.

Contudo, se a taxa dos EUA sobe e os títulos de lá são considerados os mais seguros do mundo, torna-se mais vantajoso levar o capital para o país. Com isso, a oferta de dólares no Brasil costuma cair. Afinal, investidores estrangeiros retiram seu dinheiro daqui.

Portanto, o principal impacto da curva de juros dos EUA no Brasil é a redução de dólares — e o consequente aumento do câmbio entre dólar e real.

Como proteger seu portfólio?

Entendendo essas questões, é comum se perguntar sobre como se proteger dos movimentos da economia norte-americana. Como você percebeu, as oscilações costumam ser de curto e médio prazo, tendo em vista que a curva de juros se altera constantemente.

Por isso, uma das principais dicas para se proteger desse tipo de movimento é manter sua estratégia de investimentos e não tomar decisões precipitadas. Ademais, você também pode se expor ao mercado internacional para se proteger a partir da diversificação da sua carteira. E é possível fazer isso sem sair do Brasil.

Entre as possibilidades de dolarização do seu portfólio estão os investimentos em brazilian depositary receipts (BDRs), exchange traded funds (ETFs) e fundos internacionais. Dessa maneira, você pode avaliar essas alternativas e conferir se elas são adequadas para seus objetivos financeiros e perfil de investidor.

Quem tem uma alta exposição ao dólar ou precisa proteger seus negócios também pode considerar estratégias de hedge. Essa é uma forma de proteção da carteira que visa evitar que as oscilações cambiais oriundas da curva de juros norte-americana causem um impacto negativo no seu portfólio.

Entendeu o que é a curva de juros nos EUA e como ela influencia seus investimentos? Conhecer essa questão e avaliar como esse movimento pode afetar sua estratégia de alocação ajuda a evitar decisões precipitadas e fazer escolhas mais conscientes no mercado financeiro.

Quer ajuda para entender melhor as alternativas de aportes e as estratégias de proteção da carteira de investimentos? Então conte com a Conexão BR!

Tags: